“Saber que será má a obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta no vaso único da minha vizinha aleijada. Essa planta é a alegria dela, e por vezes a minha. O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou me não basta, mas serve de qualquer maneira, e assim é toda a vida.” 
Livro do desassossego, composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa 

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